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SNIPERS - ARMAS E EQUIPAMENTOS
Com o advento constante
de armas de destruição cada vez mais sofisticadas
e letais, o sniper continua a desenvolver seu trabalho armado apenas
com um rifle de ferrolho, ou semi-automático, e sua fria
coragem.
A tecnologia deixou a vida dos sniper paradoxalmente mais
fácil, mas ao mesmo tempo perigosa. Novos equipamentos, como
fuzis mais precisos, miras óticas e eletrônicas
mais sofisticadas, e o uso de pólvoras sem fumaça
e sem chama, permitem hoje ao sniper atingir níveis de
eficiência nunca antes imaginados. Com o uso de um telemetro
laser e um computador balístico um fuzil M-24 consegue
atingir alvos 1000m sem dificuldade. Novos sistemas como os citados
estão sendo testados no Iraque recentemente.
Os snipers estão mais móveis, com os snipers das
Forças de Operações Especiais podendo
ser inseridos com helicóptero em qualquer tempo ou
pára-quedismo (HALO, HALO). O uso do GPS, rádios
criptografados, veículos qualquer-terreno os tornaram muito
moveis. Passaram a causar danos a materiais e veículos com
fuzis mais potentes podendo até ser considerado os alvos
mais importantes que as tropas.
O sistema
Sniper Coordination System (SCS) da Elbit usa câmeras de
vídeo acopladas ao fuzil dos snipers para controlar
vários snipers. Até quatro podem ser coordenados,
com mira diurna ou noturna. O sistema permitir dar ordens para os
sniper até de forma silenciosa. As imagens podem ser
gravadas.
Em 100 anos a
distância de engajamento dos snipers passou de 300m para 1km.
Deve-se imaginar como será nós
próximos 100 anos. Por outro lado, enquanto a artilharia
passou a engajar alvos a dezenas de km, os blindados em alguns km e os
helicópteros a até 8km com mísseis, os
fuzis de infantaria passou de um alcance de 1800m contra alvos de
área na Primeira Guerra Mundial, para 300m com o calibre
5,56mm. A maioria das nações passou a usar o
calibre 5,56 mm enquanto o calibre 7,62mm é mais usado nas
metralhadoras médias. O mesmo aconteceu nos
países do Pacto de Varsóvia. Mesmo assim a
munição 7,62mm especial pode ser conseguida
facilmente para os sniper.
Os snipers usam cartuchos especiais com alcance maior para as suas
armas, com melhor qualidade de fabricação e parte
posterior mais afilada para melhorar a aerodinâmica. Os
projeteis atuais são quatro vezes mais precisos que os da
Primeira Guerra Mundial. Um projétil de 5,56mm já
pode atingir alvos a 1km o que nem era sonhado a 25 anos
atrás. Estudos aerodinâmicos atuais levaram ao
projeto de projeteis supersônicos compatíveis com
silenciadores.
A luneta não ajuda o sniper a atirar melhor, mas sim a ver
melhor. A princípio os snipers nem precisam de lunetas e os
óticos são usados mais para observar a
distância. A distância de engajamento
típico é de 400 metros mais devido a necessidade
de identificação do alvo. A 400m um homem em
pé é menor que a massa de uma mira comum. As
miras comuns ainda são efetivas a até 500m.
As miras telescópicas atuais são muito mais
precisas, baratas e variam o zoom. Os requerimentos de uma luneta para
os snipers considera a potência,
definição, campo, ajuste rápido,
simplicidade, resistência, rigidez e conveniência
para uso. A simbologia agora são colocados no segundo plano
de imagem ao invés do primeiro, mantendo o tamanho com
variação.
Na Segunda Guerra Mundial o zoom da maioria das lunetas era de 3-4
vezes. Em 1941, a Alemanha iniciou o uso da mira Zf41. Era bem simples
e era mais usada pelos DM. Cerca de 100 mil foram fabricadas
até o fim da guerra. Atualmente os americanos usam miras
ACOG com zoom de quatro vezes em grande número na infantaria
comum.
Em 1945, a mira com zoom de 10x passou a ser o padrão dos
sniper. Funciona com maior campo de visão (FOV). Quanto
maior for o FOV, maior o tamanho da luneta e melhor a visão
com pouca luz. O limite passa a ser o tamanho físico da
lente para posição de tiro com cabeça
alta com 56mm sendo limite.
As lunetas atuais agora estão ficando baratas. Alguns
modelos chineses com lentes de plástico custam de menos 100
dólares e é mais capaz que uma luneta da Segunda
Guerra Mundial. Com tecnologia de fabricação
CAD/CAM agora tudo é automático para projetar e
fabricar.
O USMC introduziu o padrão Mil Dot com
espaçamento constante no reticulo facilitando o
cálculo da distância. O sniper compara o
espaço que o alvo ocupa no dot e usa um gráfico
de referência para determinar a distância. Os
americanos usam calculadoras para transformar metros do Mil Dot na
medida imperial.
O disparo contra alvos distântes é
possível com fuzil comum e luneta com aumento de seis vezes.
Os snipers geralmente usam armas dedicadas, mas tentar atirar a mais de
1km é considerado perda de tempo. Os snipers são
capazes de disparar a longa distância, mas esperam o alvo
aproximar para garantir o acerto. Por outro lado o disparo a longa
distância não é visto nem ouvido.
No deserto o sniper precisa identificar alvos a 1.500m o que
só é possível com luneta com zoom
mínimo de 10 vezes e o calor distorce as imagens
além da presença de ventos fortes. Em campo
aberto como o deserto o fuzil tem que ser bem potente como a Barret
M-82 e deve ser capaz de atingir até veículos
onde é bem comum. As tropas evitam andar a pé no
deserto.
A luneta do observador é usada para detectar alvos e avaliar
o tiro. Os telescópios têm um grande zoom, de
cerca de 20 vezes como o M-49, contra sete vezes dos
binóculos.
Telêmetros laser determinam a distância com grande
precisão sendo que já estão
miniaturizados em binóculos e futuramente podem estar
integrados na luneta. Com um computador balístico
será possível uma grande precisão com
ventos fortes a longa distância.
O fuzil M-21 americano está equipado com a luneta ART II
(Automatic Ranging Ttelescope) com ajuste automático de
distância. O sistema ocular foca no alvo com um mecanismo de
elevação. Se focou no alvo está zerada
na distância.
O tiro a noite foi facilitado com os meios de visão noturna.
O Starlight americano foi usado no Vietnã e pesada 2,2kg
sendo limitado e frágil. Mesmo assim mostrou se bastante
útil para observação e tiro noturno.
As câmeras térmicas têm alcance mais
longo e detectam alvos escondidos atrás de folhagem e
tecido.
Em 1943 foi iniciado o uso de miras noturnas no US Army com o Star Tron
PVS-1 Starlight. O PVS-2 era mais potente e foi mais usado. Custava 3
mil dólares em 1970. Era muito pesado, mas a noite o combate
geralmente só vai até 400m. Os Vietcongs usava
Sniperscope americanos de estoques russo da segunda guerra. Os snipers
americanos detectavam fácil suas emissões de
infravermelho. A mira noturna russa 1PN83 x 3 já vem com
apontador laser. É um intensificador de imagem de segunda
geraçao com alcance de 300m.
Os sensores térmicos agora estão
disponíveis para a infantaria o que é um perigo
para os sniper. Na década de 90 a cidade de Seravejo na
Bósnia estava cercada de snipers atirando em civis. Os
países da ONU enviaram equipes anti-snipers para o local que
usaram sensores térmicos para
detecção. Os alvos quentes brilhavam na tela do
sensor na noite fria da região. Várias empresas
passaram a colocar no mercado roupas com proteção
térmica para contrapor estes sensores como a Spectro Dynamic
System.
A luneta
AN/PVS-10 atual é bem menor e mais eficiente comparada com
as primeiras versões. Pode ser usada de dia e a noite com um
intensificador de imagem integrado.
O fuzil
M-40A3 pode receber um sensor noturno Universal Night Sight Kit
colocado a frente da luneta com o uso de trilhos Picatiny. Na lateral
do fuzil foi adicionado um apontador laser que costuma ser usado por
controladores aéreos para indicar alvos para aeronaves.
Exemplo de
mira com telêmetro laser integrado e dados mostrados na
imagem. As equipes de operações especiais
americanas já tem capacidade de gravar imagens digitalmente.
As propostas de lunetas do futuro são óticos
integrados, telêmetro integrado, câmera TV
integrada, designador laser, mira térmica e
integração com datalink digital e voz.
Uma foto
mostrando uma imagem de um intensificador de imagem (acima) e um sensor
térmico (abaixo). Com o sensor térmico os alvos
podem ser facilmente indentificados. Para os snipers pode ser fatal.
Um fuzil
M-40 com um sensor térmico acoplado na luneta.
Armas dos Snipers
Os principais equipamentos do sniper são seu fuzil fuzil e
munição, além da camuflagem e do
ghillie suit.Na Segunda Guerra
Mundial o fuzil do sniper era um fuzil padrão infantaria. Os
modelos dos sniper eram testados nas fabricas e mostraram maior
precisão. Depois eram equipados com lunetas e outros itens
dos sniper. A partir da década de 60 começaram a
aparecer projetos de fuzil de sniper especializados com componentes
mais precisos.
O peso de um fuzil de
sniper deve ser de no mínimo 5kg para diminuir o recuo e dar
mais estabilidade. Outra técnica para facilitar o tiro
é colocar um gatilho "pesado". A arma do sniper
não deve ser pesada pois vai ser carregada por
várias horas junto com outras coisas. Deve ser
confiável em qualquer tempo e condição
climática e facilmente reparada no campo. Deve ter uma mira
de ferro de backup.
Podem usar munição padrão militar, mas
geralmente usam munição especial para maiores
alcances. A arma é "zerada" para aquele lote de
munição para garantir que o tiro seja similar ao
anterior e dar maior consistência. Porém,
é muito difícil de se conseguir na pratica, pois
no dia do uso a temperatura, umidade, vento e altitude serão
certamente diferentes.
O ideal é que
o projétil ainda esteja na velocidade supersônica
ao atingir o alvo. Com a velocidade subsônica o tiro cai
muito. Isso significa que a munição 7,62mm da
OTAN é ideal até 800m e a Lapua é de
1400m. Um sniper americano atingiu insurgente iraquiano a 1.250m com um
fuzil M24 mirando 3,5 metros acima do alvo. Já para
engajamentos a curta distância a
munição subsônica é ideal
por poder ser usada com supressor de som e ajuda a ocultar o tiro. O
calibre 7,62mm de velocidade subsônica para silenciador
(não é supressor) pode ser usada para bater alvos
a até 300m. A energia cinética também
conta sendo importante contra inimigos com capacete ou colete de
proteção.
No inicio os snipers usavam armas da infantaria que tinham desempenho
acima da média além de
munição especial. Depois passaram a receber armas
dedicadas com óticos, equipamento de visão
noturna, rádios e roupas de proteção.
As armas podem ser do tipo ferrolho ou semi-automáticas. A
diferença está no volume de fogo e na
precisão. As armas semi-automáticas
são menos precisas mas atiram mais rápido.
Também dão mais defeitos e são mais
pesadas. Um outro defeito importante é ejetar o cartucho
logo após o tiro o que pode comprometer a
posição. Os snipers do USMC no Vietnã
detectavam os vietcongues pela ejeção dos
cartucho das AK-47 que brilhavam com o sol.
A primeira arma automática de snipers entrou em
operação em 1940 com o Siminov russo, seguido do
SVD em 1965. Era uma arma relativamente leve. Os modelos
automáticos da Segunda Guerra Mundial mostraram ser ideais a
curta distancia, para parar avanços de muitas tropas. Os
fuzis de ferrolho não daria a mesma razão de
tiro. É a razão de tiro que torna os fuzis
semi-automático preferidos dos DMs.
Nas cidades o fuzil pode ter curto alcance e deve ser preferencialmente
semi-automático. Com munição
subsônica é possível usar silenciadores
que também escondem a fumaça e o brilho do
disparo. Um exemplo é a VVS russa. Os americanos tiveram
boas experiências com as SR-21 equipado com silenciador nas
cidades do Iraque.
No Vietnã, 85% dos snipers do USMC preferiram o fuzil M-14
ao invés do M-40 com ferrolho. As distâncias na
selva eram pequenas e a M-14 tinha opção de tiro
automático para o caso de contatos próximos ou
emboscadas. Também era útil em terreno urbano.
O alcance das armas foi aumentado progressivamente. Na Primeira Guerra
Mundial os alvos eram batidos a cerca de 200m, aumentando para 400-600m
na Segunda Guerra Mundial e chegando a até 900m no
Vietnã. O alcance das armas atuais dos snipers é
de 400m contra alvo exposto parcialmente, 800m contra tropa exporta e
1200m com arma especializada. Veículos e equipamentos podem
ser engajados a até 1600m com arma de grosso calibre. Um
sniper geralmente não engajam alvos a menos de 300m por
facilitar sua localização. Geralmente tentam
atingir o tronco do alvo.
O fuzil Remington modelo 700 foi recomendada em 1942 como um bom fuzil
para sniper para os americanos. Foi recomendado novamente na
Coréia com nova munição. Foi aceita
finalmente no Vietnã com luneta M-84 pelo USMC e chamado de
M-40A1. Já o US Army escolheu o M-14 com a mira M-84 e
chamado de M-21. O M-14 foi projetado desde inicio para receber luneta
incluindo a Starlight.
Em 1977, os M-40 do USMC passaram a ser substituídos por uma
versão de fibra e camuflado, equipado com uma luneta Unertl
10x. Também em 1977, o US Army iniciou a
substituição dos seus M-21 e pensou em usar um
calibre maior. A Remington propôs o SWS - Sniper Weapon
System baseada no M-40 chamada de M-24 em 1988. Cada um custava US$3,5
mil cada, ou US$ 10 mil completo e continuava preciso até
após disparar 10 mil tiros contra 500 tiros do SMLE da
Segunda Guerra Mundial. Em 1996, o M-40A1 foi substituído
pelo M-40A3. Junto com o M-24 tinha luneta de 10x e pesava 5,4kg.
A
experiência americana no Afeganistão e Iraque
levou a volta do calibre 7,62mm como este M-14 com luneta, retirados de
estoques e até do mercado civil, mais devido a
ênfase em snipers. Mesmo assim o calibre não
é bom acima de 600m.
US Army está padronizando o calibre 7,62mm para substituir
vários armas como o M-14, M-24 r Mk 11. Após o
ataque de 9 setembro, grande parte dos 40 mil fuzis M-14
estocados foram retirados e reconstruídos para equipar
snipers e DM americanos. A nova arma virou um DMR (Designated Marksman
Rifle) no USMC e USSOCOM. Até recentemente era o
único fuzil especial para os DM.
O M-24 do US Army é muito preciso, mas no conflito na
Somália em 1993 mostrou que uma arma
semi-automática podia disparar 4-5 vezes mais
rápido. Assim o US Army pensou em padronizar armas
semi-automáticas para os seus snipers.
A primeira a entrar em operação foi o Mk 11
baseado no SR- 25 (Stoner Rifle-25) com calibre 7.6x51mm a pedido do
Seals. Depois foi usada com luneta Leopold 3x10 pelos observadores da
dupla scout/sniper do USMC. É considerada mais precisa
até 600m que a M-21 e mais leve (5kg). O US Army
lançou o requerimento Semi-Automatic Sniper System (SASS)
vencido pela SR25 e chamado de XM110. O XM110 só opera no
modo semi-automático e os sniper terão que levar
um fuzil M-4 ou similar para combate aproximado. A nova arma tem
trilhos Picatinny, recebeu supressor e bipé, gatilho de
precisão (mais pesado e com dois estágios),
carregador 20 tiros e coronha ajustável. A arma pode ser
usada pelos snipers e DM. O USMC estuda armas de médio
alcance para engajar alvos entre 1.100 -1500m para substituir o calibre
7,62mm.
No Reino Unido o fuzil L42 foi substituído pelo Acuracy
L96A1 na década de 80. Os fuzileiros britânicos
usam o L115A1 AWM da Accuracy International com calibre 338 Lapua. Os
britânicos também usam o L82A1 ( Barrett M-82).Em
2003, no Iraque, um L96A1 realizou um tiro com vento forte contra um
alvo a 860 metros. Calcularam que o projétil cairia 56
pés e sairia da rota em 38 pés na lateral.
Recentemente os britânicos retiraram de
ação seus fuzil pesado S-80,
substituídos pela metralhadora Minimi, que passou a ser
usado pelos DM.
O MX110
SASS será o novo fuzil de sniper e SASS das
forças armadas americanas.
O fuzil russo
Dragunov (SVD = Semipolarnya Vintovka Dragunova ou Fuzil
semi-automático Dragunov), é um fuzil
semi-automático, com luneta, carregador de 20 tiros,
munição 7,62X54R mm. O SVD foi uma resposta a um
requerimento de 1958 para um novo fuzil semi-automático para
substituir o Mosin-Nagant , mas com mesmo calibre. A mira PSO-1 tem zoom
fixo de 4x sendo adequada até mil metros, mas é
boa mesmo até 350m. Quando introduzido o ocidente pensou que
os russos dariam um fuzil de sniper para todo infante pois o fuzil
tinha uma baioneta. Com o SVD é difícil de
acertar um alvo a mais de 500m, pois flutua muito, mas é
possível até 800m com
munição especial. É usado mais pelos
DM. O fuzil SVD mostrou ser ruim para counter-sniper no
Afeganistão. Os russos logo passaram a desenvolver o SVDS
com cano mais curto e coronha rebatível. O SVD
também mostrou que não tinha a mesma rusticidade
dos fuzis AK e precisava de um operador mais bem treinado.
Em 1990 foi iniciado a substituição do SVD com o
SV-98 a ferrolho derivado do fuzil Record 1 de
competição. Foi instalado um sistema anti-mirage
depois da experiência no deserto e foi adotado no ocidente.
Os russos iniciaram o uso de fuzil pesado calibre 12,7mm em 1999 para
bater alvos a até 2km. Outra munição
foi a de 9mm e .22 silenciosa. Ao invés de desenvolver uma
arma para todos os terrenos e alcances, criaram armas para cada terreno
e situação. A maioria tem silenciador. Todos
fuzis de sniper russos são projetados com o
opção de usar a mira de ferro para tiro
rápido a curta distância (snap shot) ao contrario
do ocidente. Sempre levam armas automáticas para combate
aproximado.
Na década de 80 apareceram os fuzil de assalto modificados
para sniper como o Galil MSG-90. Era mais barato que um fuzil dedicado,
mas usam melhor óticos e munição
dedicada em relação aos fuzis de infantaria.
Fita
anti-miragem do SV-98 e que foi adotado no ocidente. O ar quente do
cano e fumaça atrapalham a pontaria e a fita diminui o
problema.
Um sniper
americano no Iraque treinando com um fuzil SVD russo. Várias
fotos como esta, incluindo operações reais,
sugerem que os americanos gostaram do fuzil ou que precisam urgente de
armas de snipers.
As armas de maior do
calibre dos snipers não são adequadas para
esconder a assinatura sonora e visual dos disparos, que podem ser
ouvidos a grande distancia e mesmo com supressor o zumbido da bala
denuncia a posição ou
direção do tiro.
Um supressor é diferente de silenciador. Enquanto o
supressor mascara o som, o silenciador elimina completamente. A
supressão diminui o alcance e o silenciador tem que usar
munição subsônica com alcance de
300-400 metros ou bem menos. O som não pode ser ouvido a
100-200m em uma noite silencioso ou mesmo 30-50m em uma cidade
barulhenta.
No Vietnã as tropas usavam um supressor Scionic como o MAW-1
do M16 e M-4SS para o M-14 e M-21. Eram bons a noite, pois eliminava o
brilho e a vegetação abafava o resto do som.
Com um amplificador de imagem Starlight e supressor de som em uma M-14,
os snipers americanos conseguiam atingir um vietcong em tempo claro e
terreno plano a 400 metros sem ser detectados. Com apoio de luz Xenon
de blindado como cobertura o Starlight conseguia ver a até
2000 metros.
Sniper pesado / Sniper de
longo alcance / Sniper anti-material
O sniper pesado surgiu para destruição de alvos
de alto valor ou material perigoso. Usa armas de grande calibre de pelo
menos 12,7mm também chamados de fuzil anti-material.
É usado pelos snipers, forças de
operações especiais, equipes anti-bomba e equipes
de proteção de perímetro.
Os fuzis anti-materiais têm calibre de 12,7mm a 20mm para
atacar alvos como blindados leves, armas coletivas, centros de
comunicações, mísseis, radares,
centros de comando e aeronaves no solo. Assim, com um tiro de 5
dólares, é possível neutralizar uma
arma de vários milhões como um caça a
mais de mil metros de distância. Também
são usados pelas equipes anti-bombas para destruir minas
marítimas, minas terrestres e IED a distância
segura. A munição perfurante-incendiaria (API)
é usada para detonar explosivos.
O fuzil pesado Barret M82A1 (ligth fifty) foi introduzido em
serviço em 1983 nos EUA. É uma arma
semi-automática, de grande recuo, calibre 12,7mm, capaz de
acertar o tronco humano a 1,5km. A arma pesa 12,9kg. Foi usada nas
operações em Beirute em 1983 e no
Panamá em 1989, mas muito mais na
operação Desert Storm em 1991 onde as
forças especiais a usaram para neutralizar aeronaves,
estações de rádio e blindados.
Na operação Desert Storm, na noite entre 24-25
fevereiro, uma equipe motorizada do Force Recon do USMC usou uma M82A1
com munição API para destruir dois blindados
YW531 a1100m. O sargento Kennedh Terry atingiu os dois com dois tiros,
com vento e calor atrapalhando o tiro. Outros dois blindados se
renderam.
O calibre 12,7mm tem capacidade de penetrar 25mm a 370m ou 13mm a 1600m
enquanto 7,62 perfura 14mm a 100m e 10mm a 300m. A
munição armor-piercing incendiary (API)
é usada para penetrar e incendiar
munição ou combustível dentro dos
veículos. Contra explosivos a munição
API as detona a longa distância pelas equipes anti-explosivos.
Foram os alemães que iniciaram o uso de fuzis pesados com o
Mauser T-Gewehr M1918 (Panzer Abwehr Gewehr - arma antitanque defensiva) na Primeira Guerra
Mundial. O M1918 tinha calibre 13mm, tinha 1,68 m de comprimento e
pesava 17,7kg vazio. O recuo podia quebrar a clavícula se
disparado em pé, mas penetrava a blindagem lateral e
até o bloco do motor dos blindados da época. A
guerra terminou antes de serem convertidos para sniper em quantidade.
Os britânicos usavam o fuzil Boys calibre .55 e que foi
testado contra pessoal a longa distância.
Ainda na Primeira Guerra Mundial os americanos começaram a
ter interesse em armas de grande calibre com o calibre .50
após contato com o fuzil alemão. O primeiro teste
com a munição de 12,7mm contra alvos de longo
alcance foi na Coréia. Os americanos usaram um fuzil
anti-carro Tokarev e adaptaram para o calibre americano. O calibre foi
escolhido por ser o mais usado no ocidente e tem balística
adequada para a função.
Na Segunda
Guerra Mundial os russos já tinham usado o fuzil anti-carro
PTRD e PTRS calibre 14,5mm contra sniper bem protegidos e para tiro de
longo alcance. Os americanos converteram alguns PTRD para o calibre
12,7mm durante o conflito na Coréia assim como alguns fuzis
Boys.
A
munição 12,7mm foi feita para metralhadoras
pesadas e com pouca tolerância a erros para requerimento de
tiro a longa distancia. Alguns fabricantes produzem lotes de alta
qualidade para os fuzis de sniper.
Foram os americanos que iniciaram os estudos para emprego de fuzil de
grosso calibre no combate moderno na década de 70. O
resultado foi o Barret M-82 calibre 12,7mm que iniciou o
desenvolvimento em 1983. Depois surgiram vários projetos.
O problema dos fuzis anti-material são o grande peso, recuo
forte e grande assinatura visual e sonora. O problema do peso
é relativamente fácil de resolver com os fuzis
chegando a pesar 10-13kg com material leve. Para
comparação, um AW50F britânico calibre
12,7 mm pesa 13,64 kg, um fuzil AWM britânico calibre 338
pesa 6,8 kg sem munição e um M-24 pesa 5,49 kg.
Um SR-25 calibre 7,62mm pesa 4,87 kg.
O recuo ainda é difícil de resolver para os fuzis
com ferrolho e por isso costumam ser semi-automáticos. Uma
coronha de material sintético é usado para
absorver parte recuo e o freio de boca consegue absorver até
70% ou mais, mas com muita assinatura com grande brilho, som e nuvem de
poeira denunciando a posição. O engajamento de
alvos a longa distância não necessita de arma
semi-automática, mas resolve parte do problema de recuo e
alguns fabricantes acham que é preciso engajar alvos em
grande sucesso em algumas situações.
A
assinatura dos fuzis pesados pode ser parcialmente resolvido com pano
molhando embaixo do cano.
O uso de um
projétil muito grande pode ser desperdício contra
humanos, mas para isso foi desenvolvido o calibre Lapua Magnum .338
para tiro a longa distancia. O Lapua Magnun 8,6x70 pode ser usada
contra alvos a até 1.100m e pode chegar a 1.500m, mais ainda
é antipessoal dedicado não aceitando
munição explosivo ou incendiário. As
vezes ainda é insuficiente para contra-sniper como mostrado
pela experiência francesa em Serajevo, a russa na
Chechênia e americana no Iraque.
Existem vários modelos e fabricantes de fuzis anti-material,
mas é um nicho de mercado pequeno. Nos EUA os fabricantes
vendem até mais para o mercado civil. São
exemplos de modelos de fuzil peado: Guiette .50 (bullpup), Haskins Rai
Model 500 (usado pelo USMC em Beirute e Panamá); PGM
Precision HECATE II (usado pelas forças especiais
francesas), Robar .50 BGM, Mc Millan Gunworks (agora Harris) M-87,
Barret M-99 (bullpup), KSVK (bullpup), Truvelo SR . 50,
Zastava M093, FN Nemesis (versão mais leve HECAT II FN) e
CheyTac Long Range Sniper RIfle.
Os programas americanos Long Range/Heavy Caliber Sniping e US
Army Joint Counter Sniper resultaram no fuzil M-107. O M-107 foi usado no
Iraque pelo US Army recentemente e mostrou ser muito boa para combate
urbano e foi muito apreciada pelo alcance, precisão e efeito
no alvo. O inimigo vê o impacto nos amigos e fica
aterrorizado. O projétil da M-107 chega a partir um corpo no
meio. Em uma ocasião um tiro de 12,7mm atravessou um muro de
tijolo, matou um guerrilheiro e feriu dois com estilhaços de
tijolos.
O M-107
é o novo fuzil de longo alcance americano complementando o
M-82. O M-107 opera com ferrolho e tem a vantagem de ser mais leve.
É usado para bater alvos a longa distância, como
fuzil anti-material, pelas equipes anti-explosivo e para contra-sniper.
No
Vietnã os americanos chegaram a equipar as metralhadoras M-2
com lunetas para tiro a longa distância a 1500-2000m. O mesmo
já tinha sido feito na Coréia. Na guerra do
Pacifico os snipers USMC testou a metralhadora M-2 contra alvos
japoneses a 1.100m com sucesso relativo e sem usar lunetas.
Um snipers francês na Bósnia anota as
posições e rotas inimigas em uma foto
panorâmica acima da arma. Os snipers franceses usam o fuzil
FRF-2 calibre 7,62X51 mm (foto) e o PGM Hecate II com cartucho 12,7X99
mm. As duplas de sniper/observador levam as duas armas e o sniper
escolhe a melhor arma para a situação. O FRF-2
usa uma cobertura de plástico em volta do cano que diminui a
assinatura térmica no calor, e diminui o ar quente que cria
miragem. Após 1945 a França colocou um sniper em
cada pelotão infantaria. Em cada um dos 23
batalhões de infantaria existe uma
seção de snipers na companhia de comando. A
seção têm quatro grupos de snipers,
cada grupo com dois atiradores (e seu auxiliar).
G-LOC
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